terça-feira, 26 de março de 2013

ANÁLISE DO FILME 'OITAVO DIA'

 
 
 
 
 
O presente filme nos remete a várias questões que permeiam o universo das pessoas portadoras de necessidades especiais bem como de seus familiares, sem nos esquecermos é claro, da sociedade que o “acolhe”. Ressalta-se que esta análise está pautada em um indivíduo portador da síndrome de Down, que é caracterizada pelo excesso de material genético proveniente do cromossomo 21. Seus portadores apresentam três cromossomos 21, ao invés de dois, por isto a síndrome de Down é denominada também trissomia do 21.
Os portadores da síndrome de Down apresentam algumas característica como, por exemplo: perfil achatado, orelhas pequenas com implantação baixa, língua grande, prostrusa e sulcada, atraso mental, hipotomia muscular entre outras.
Um dos primeiros problemas vivenciados pelos portadores de necessidades especiais, diz respeito à família. No presente filme, pode-se notar este trama, quando George reencontra sua irmã e a mesma não o acolhe em sua casa. Percebe-se também a dificuldade do cunhado em aceitá-lo, bem como certo desabafo da irmã, ao falar da atenção que sempre o irmão recebera da mãe, demonstrando certo ciúme.
Esta passagem ilustra bem, a dificuldade encontrada por algumas famílias em administrar a atenção entre os filhos que não apresentam nenhuma alteração com os filhos especiais. Podemos incluir nesta problemática comportamentos como excesso de carinho, e consequentemente uma superproteção, que pode se tornar um empecilho para o desenvolvimento social e até mesmo intelectual, uma vez que este comportamento impede a criança de participar de atividades que podem estimulá-las de forma considerável.
Outro fator ilustrado no filme diz respeito ao modo como os portadores de necessidades especiais são recebidos em nossa sociedade, demonstrando assim o déficit na proposta de inclusão de social. O nosso meio social desconsidera as pessoas especiais, é como se elas não apresentassem desejos, vontades, gostos e sonhos. É como se as pessoas ditas “normais”, encarassem as especiais como coadjuvantes dos responsáveis, ou seja, elas existem graças aos cuidados e dedicação recebidos de outrem. Essa questão pode ser demonstrada quando George entra na loja de sapatos e o gerente pergunta Harry qual o modelo ele gostaria de comprar, desconsiderando George, que estava a olhar os modelos existentes na loja ou quando a garçonete se assusta e sai correndo de George, que vai lhe presentear ou até mesmo pelo olhar das pessoas quando Harry vai passear com George de carro.
Nota-se também questões relacionadas a sexualidade. Sabe-se que os portadores da síndrome de Down demonstram uma sexualidade mais acentuada. George via-se encantado por todas as mulheres que lhe demostrassem um pouco mais de atenção, querendo presenteá-las, falando frases bonitas, demonstrando desejo de constituir família, chegando a imaginar o nome dos filhos.
Diante destas questões, pode-se perceber a importância de um acompanhamento psicológico para as pessoas portadoras de necessidades especiais bem como para seus responsáveis, uma vez que este pode ser extrema valia; auxiliando na compreensão de todo o sistema familiar, os medos, os fracassos, as desilusões, além das funções atribuídas ou depositadas em cada integrante desta família, sem nos esquecermos também do auxílio que este profissional pode apresentar para encarar e propor mudanças sociais que possam facilitar a inclusão desses indivíduos em nossa sociedade.
 
 
FONTE:
 
 
 
 

A INCLUSÃO DO EDUCADOR FRENTE AO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR

 

 
O tema se faz relevante uma vez que a proposta de inclusão social dos portadores de necessidades especiais está se fazendo mais presente em nosso meio social principalmente na educação.
Diante desta proposta o presente artigo tem como objetivo compreender os sentimentos que permeiam o profissional da educação, permitindo desta forma uma “releitura” do processo de inclusão social.
Este artigo busca compreender as dificuldades que permeiam o profissional da educação, permitindo uma “releitura” do processo de inclusão social; forma pela qual a sociedade se adapta para incluir as pessoas até então excluídas e estas procuram capacitar-se para participar na vida da sociedade.
Se faz relevante uma vez que a proposta de uma educação inclusiva se apresenta em fase adaptativa. Através de entrevistas informais com educadores da rede estadual e privada da cidade de Governador Valadares, nota-se que a angústia destes é resultado da falta de uma equipe multiprofissional, ausência dos responsáveis no âmbito escolar bem como a falta de capacitação destes em lidar com tal realidade.
A escola é uma agência socializadora de uma sociedade que se afirma democrática. (Miranda,1986) Na escola, a criança vive um processo de socialização qualitativamente distinto da família, passando a internalizar novos conteúdos, padrões de comportamento e valores sociais, bem como a articulação entre conhecimentos, atitudes e a construção de uma formação ética, ressaltando também a capacidade intelectual e o pensamento crítico.
No Brasil, com a regulamentação da Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 20/12/96 – trouxe algumas mudanças na educação, principalmente na modalidade da educação especial, que deveria ser oferecida na rede regular de ensino, preferencialmente, para educandos portadores de necessidades especiais.
A partir desse momento começou-se a falar em educação inclusiva: “Em um sentido mais amplo, educação inclusiva é a prática da inclusão de todos – independentes de seu talento, deficiência, origem econômica ou origem cultural – em escolas e salas de aula provedoras, onde todas as necessidades dos alunos são satisfeitas.” (Stainback & Stainback, Karagiannis, 1999, pag 21)
Estas realidade já se faz presente em nosso sistema educacional apresentando no entanto, algumas dificuldades.
Questionando sobre a realidade dos educadores buscamos entrevistar profissionais que trabalham com crianças que cursam o ensino fundamental e através de seus relatos podemos visualizar uma realidade que não corresponde ao objetivo proposta pela Lei, onde podemos citar:
• A falta de uma equipe multiprofissional - Uma vez que ao receber as crianças portadores de necessidades especiais, os profissionais da educação se deparam com a dificuldade de compreender as características desses alunos, ou seja, eles sabem que existe algo de especial nos mesmos mas não sabem como trabalhar afim de promover uma melhor adaptação ou apreensão de conteúdos.
• Falta de capacitação – Como incluir esse aluno especial se falta o domínio de técnicas que possam dar sustento e segurança à figura do professor? Deve-se ressaltar que a experiência de educar está vinculada a comunicação, porém a mesma deve-se apresentar de forma diferenciada em alguns casos, sendo portanto um fator dificultador em uma sala de aula diversificada.
• Salas de aula com grande número de alunos – Outra dificuldade enfrentada pelos educadores é a atenção diferenciada. Este se torna angustiante uma vez os eles percebem que a metodologia proposta não está favorecendo o aprendizado da turma como um todo. Diante disso, propõe-se uma nova metodologia de ensino, porém, vê-se a necessidade de uma atenção diferenciada para alguns alunos, o que torna difícil o manejo de uma sala que apresenta sua capacidade de lotação máxima.
• Ausência da família no âmbito escolar – Algumas crianças ao chegarem na escola, são apresentadas pela família como não tendo nenhuma necessidade especial. Porém, com o decorrer das aulas, os professores percebem que estas crianças apresentam um diferencial (uma dificuldade de; aprendizagem, de comunicação, manter relações interpessoais ou um comportamento excessivo por exemplo) e ao solicitarem a presença dos responsáveis os mesmo não comparem à escola e quando o fazem não atendem a solicitação de um encaminhamento para determinado profissional o que permitiria obter uma maior compreensão do fenômeno apresentado.
Diante os dados apresentados observou-se que o processo de educação inclusiva mesmo já tendo sido proposto por lei, ainda está em fase adaptatativa, visto que o corpo docente da escola não está preparada para receber tal demanda, não cumprindo dessa forma o proposto pela inclusão.
A educação inclusiva é de extrema relevância uma vez que pode proporcionar aos portadores de necessidades especiais espaço para exercerem sua cidadania, obtendo voz em uma sociedade que se apresenta fragmentada e presa a estigmas físicos. Em contrapartida, nota-se que esta modalidade de ensino apresenta “rachaduras” que merecem atenção.
Pode-se visualizar a angústia dos profissionais da educação frente a esta proposta. Nota-se um sentimento de impotência, fragilidade, desespero e medo junto ao educador. Sentimentos decorrentes de um processo que se apresenta enquanto Lei, bem estruturado, mas que não corresponde com a realidade apresentada no âmbito das escolas.
Ressalta-se que para haver uma inclusão de qualidade, a escola necessita de outros profissionais que baseados em seus pressupostos teóricos possam juntos, promover uma melhor qualidade de vida para os portadores de necessidades especiais, respeitando desta forma, o papel social da escola.
Referências BibliográficasLANE, Sílvia T.M., CODO, Wanderley (org). Psicologia Social; O homem em movimento. 4º ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.
STAINBACK, Susan & Willian. Fundamentos do ensino inclusivo. In: Susan Stainback. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. Cap 1, p.21-30.
 
 
FONTE:
 
 
 
 

segunda-feira, 25 de março de 2013

segunda-feira, 4 de março de 2013

VÍDEO PARA REFLEXÃO

 
Bom dia, pessoal!
 
A postagem de hoje é um vídeo para reflexão.
Acima de tudo, devemos ver a criança, a pessoa e não sua deficiência.